A origem das celebrações, perde-se no tempo e na memória. As tradições natalícias datam de há muitos séculos e todos os anos se repetem nesta altura mágica do ano, em que o sagrado e o profano andam de mãos dadas.
A mais exuberante de todas as tradições de Natal é o ritual de origem pagã de acender uma enorme fogueira ao ar livre, que todos os anos se repete um pouco por todo o país. A fogueira adquire uma vertente cristã ao ser realizada, na maioria das localidades, no largo da igreja. Diz-se que os madeiros se acendem para aquecer o Menino Jesus.
À fogueira também se dá o nome de madeiro ou cepo, designação associada ao tipo de troncos de árvore que vão ser queimados depois de terem sido cortados. A incumbência de arranjar a madeira para queimar e de tomar conta da fogueira, para que ela nunca se apague durante os dias festivos, fica a cargo dos rapazes, embora, em algumas localidades, as funções estejam a ser desempenhadas por outras pessoas.
O corte e o transporte da madeira para o lugar onde será queimada são feitos na véspera, alguns dias antes, ou no Domingo anterior. Em algumas aldeias o transporte faz-se no dia de Nossa Senhora da Conceição (8 de Dezembro), ficando o resto da população no largo da igreja, onde recebe festivamente os madeiros. (...)
Com o mudar dos tempos, os madeiros já não viajam em carroças ou carros de bois, mas sim, na maior parte dos casos, em reboques de tractores. (...)
Troncos e ramos formam uma pilha no largo da igreja. O castanheiro, a azinheira, o sobreiro e o pinheiro são as árvores mais usadas para a fogueira de Natal. (...)
Normalmente de grandes dimensões, a fogueira fomenta os laços entre os elementos de uma comunidade.
in Comarca de Arganil
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